Barra do Ribeiro - RS



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Cavalo Crioulo - HISTÓRIA E TRADIÇÃO


Descendente direto dos primeiros

cavalos trazidos para a América Latina pelos espanhóis, ele está presente em
praticamente todos os estados da União, segundo mostram dados da Associação
Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) , com sede em Pelotas (RS).
Segundo o Relatório populacional da raça, emitido pela entidade, estão
registrados 84.741 animais, entre machos e fêmeas, espalhados por 22 estados
brasileiros.

Crioulo, O cavalo das Americas
fonte: Ana Lúcia Teixeira

O Cavalo Crioulo moderno

Criado no Brasil, hoje, sintetiza os melhores valores americanos. O "design " atual é o produto de melhoramento que uniu beleza exterior com a função. Os dados morfológicos, segundo garante o Superintendente de Registro Genealógico da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Gilberto Loureiro de Souza, estão em sintonia com a funcionalidade.

Para Loureiro de Souza, foram as provas funcionais a grande mola propulsora que projetou a morfologia dos animais nacionais. "Os eventos funcionais tiveram o papel de rapidamente lapidar a morfologia de hoje. Até tempos atrás os animais eram avaliados pelo gosto pessoal. Já os julgamentos nas exposições, agora, visam a enquadrar o exemplar dentro de um modelo físico que dê respaldo a funcionalidade, afirma o superintendente, "queremos qualificar um biotipo de cavalo de sela, mas mantendo o enfoque dentro do padrão racial. Sabemos o que queremos e a nossa missão é orientar os produtores no sentido da obtenção de animais sempre melhores. A altura na cernelha, por exemplo, tem sido indicadores para a busca de exemplares com medida abaixo de 1,45m.

O diretor da ABCCC, acha louvável otrabalho da seleção desenvolvida nos úl-timos anos pois levou o criatório, rapidamente a um cavalo que é admirado na América Latina. Segundo Loureiro, é um compromisso e uma responsabidade manter essa qualidade, que retrata o desenvolvimento genético alcançado. Tivemos a sensiblidade de buscar melhores linhagens do exterior e tivemos ótimo resultado, festeja o veterinário.

O titular da Cabanha Tupambaé, Oswaldo Dornelles Pons reforçou afirmação de que o que persegue na Raça Crioula é principalmente a tipicidade e pureza racial. Isso significa um produto com silhueta de harmonia e equilíbrios perfeitos. O material morfológico deve oferecer "um vistaço", diz o proprietário da Tupambaé, que basicamente a descrição do fenótipo Crioulo deve ter uma cabeça típica com ganachas bem pronunciadas (maxilar inferior) , presa a um pescoço caracteristicamente leve e orelhas curtas e bem separadas.
Pons, que tem atuado como jurado em exposições no Brasil e exterior, destaca que as paletas devem ter inclinação adequeda a fim de desempenhar sua função de sustentação do corpo do animal, algo entre 400 e 450 quilos quando adulto. As canas (mãos) curtas e com aprumos corretos. Que seja perto do chão, boa linha superior (das orelhas ao tronco da cola). Crinas e cola fartas. Os garrões bem conformados.
Segundo Pons, estes elementos garantem uma silhueta própria de um biotipo retangular. A altura não pode ser inferior a 1,40m nem superior a 1,50m . Para o jurado, a altura ideal, entretanto é de exatos 1,42m. Através de estatísticas tem-se verificado que os três primerios colocados no Freio de Ouro apresentaram essa altura.

Um dos aspectos mais modernos da morfologia, certamente é o relativo ao trem anterior. A conformação propugnada pelos fundadores da Associação dos Criadores de Cavalos Crioulos, com relação ao pescoço, por exemplo, a a orientaçãoestá totalmente separada dos conceitos modernos de seleção onde a morfologia dá sustentação à funcionalidade: amplo, largo, forte, musculoso em sua inserção no tórax, o que diz o standard ou padrão, aprovado em sua fundação realizada em Bagé, em 28 de fevereiro de 1932. Mudança do mesmo calibre sofreu a estatura para fêmeas cuja altura mínima, que era 1,38m, passo para 1,40m, enquanto a altura máxima se manteve em 1,50m.

Segundo o veterinário Luiz Francisco Leite, técnico da ABCCC na região de Bagé e Dom Pedrito, a fixação genética da característica "pescoço leve, peito limpo, denota leveza no trem anterior. Segundo Luiz Francisco, "são fatores importantes para funcionalidade ". Acrescentou que o "animal mais leve na frente em maior liberdade de movimentos laterais já que não há deslocamentodo centro de gravidade pesando o dianteiro". E mais: com estas características o cavalo tem mais liberdade, agilidade e velocidade de movimentos no giro sobre patas, importante habilidade para o serviço nos bretes, onde se exige do cavalo verdadeiras manobras, dignas das mais talentosas contorcionistas. "Um dianteiro pesado desloca o centro de gravidade do animal, prejudicando os movimentos , reforçou Luiz Francisco Leite. e acrescentou: "posteiro, sim, tem que ser potente a fim de proporcionar mais potência impulsão para frente e vigorosa musculatura para frear nas esbarradas sobre patas, concluiu.

Crioulo, O cavalo das Americas
pesquisa: Ana Lúcia S. Teixeira

CAVALO CRIOULO no RS

A expanção do crioulo a partir do Rio Grande do Sul e o conceito que adquiriu entre criadores e aficcionados foi conquistada devido suas características de rusticidade e habilidade nas lides de campo.Forjada por uma rigorosa seleção natural ao longo de 500 anos no sul do continente americano, que apresenta tempetaturas elevadas no verão e extremamente baixas no inverno, a raça Crioula é hoje uma das mais conceituadas e valorizadas criações equinas não só no Brasil mas também no Uruguai, Argentina e Chile.

Neste contexto o Rio Grande do Sul se destaca não apenas com estado matriz, mas também pelo maior plantel crioulo, com 48.544 fêmeas e 24.359 machos registrados.A expansão dessa raça a partir do Rio Grande do Sul e o alto conceito que grageou entre criadores e aficcionados de todas as partes do país e também exterior, foi conquistada principalmente devido as suas características de rusticidade, habilidade nas lides de campo e mais recentemente nos esportes eqüestres, onde vem ganhando espaço.

Cavalo Crioulo

O pampa americano era de ninguém
Um continente à espera de seu senhor
Quando aportou a nau que vinha do além
Trazendo o europeu colonizador

Que pra tomar a terra como um tropel
Se armou da valentia de4 seu corcel
E este cavalo ibérico ao fim se alçou
E o pampa recriou

Então a seleção se fez natural
Sobreviveno apenas quem se moldou
Ao ambiente agreste que era bagual
E assim foi que o crioulo se aquerenciou

E se tornou nativo desse rincão
Como um diamante sem a lapidação
Pro tino do campeiro selecionar
Trabalho secular

Cavalo é crioulo porque é o padrão
"Del gaucho" e dos gaúchos mais atuais
Um sonho que se cria cada vez mais
No fundo da invernada do coração

No lombo de um gateado me sinto um rei
E o mundo todo gira na minha lei
Pois com o pé no estrivo, a rédea na mão
A alma sai do chão

Vieram então as marchas pra comprovar
Toda uma resistência que é sem igual
E a exposição do freio pra consagrar
Um biotipo lindo e mais funcional

E o mundo do campeiro testemunhou
Um pingo que montado se agigantou
E além de dar serviço passou a ser
De esporte e de lazer

Cavalo que anda pronto pra um desafio
Que na arrancada junta o zebu gavião
Que num giro de patas faz currupio
Que na esbarrada espalha a cola no chão

A história de amor que não tem mais fim
É a história do crioulo viva paixão
Um sonho pela rédea o cavalo enfim
Do peão e do patrão!

Composição: Mauro Ferreira / Luiz Carlos Borges

Camaquã - RS

Taim - RS

Estação Ecológica do TAIM/RS



Situada no Estado do Rio Grande do Sul, compreendendo partes dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande, entre a Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico, próximo do Arroio Chuí, na fronteira do Uruguai, encontramos a Estação Ecológica do Taim, com uma área de 32.038ha.

Um dos principais motivos que levaram à criação da Estação Ecológica do Taim em 21.7.86,
pelo decreto n2 92.963, foi o fato de esta área ser um dos locais por onde passam várias espécies de animais migratórios vindos da Patagônia.

A simples utilização da estação como área de descanso, de crescimento ou nidificação torna-a ainda mais importante pois para as espécies migratórias a destruição de uma área na rota de migração pode colocá-las em risco de extinção.

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Santa Vitória do Palmar - RS

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Piratini - RS

Localiza-se a uma latitude 31º26'53" sul e a uma longitude 53º06'15" oeste, estando a uma altitude de 349 metros.
É um município que conta com as águas do rio Camaquã.



No cenário político do país, Piratini tornou-se célebre durante a Revolução Farroupilha, por ser a capital da República Rio Grandense. Nas centenárias "ruas" ressoaram as esporas ao tropel dos corcéis farrapos.
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PROVAS FUNCIONAIS


A eficiência funcional do crioulo, sua rusticidade, longevidade e baixo custo, atrairam muita gente para a raça. Hoje o número de criadores já ultrapassa os cinco mil, metade deles associados a ABCCC. Desse total grande parte não são do meio rural, tendo aderido a criação em busca do lazer ou das provas funcionais, organizadas pela Associação Brasileira de Criadores.

As provas funcionais foi que deram origem ao Freio de Ouro, uma competição realizada unicamente por esta raça. É o Freio que testa na prática toda a potencialidade e habilidade do cavalo Crioulo, envolvendo cerca de 800 animais em mais de 30 provas Credenciadoras.
Cada uma dessas credenciadoras selecionam no máximo 4 machos e 4 fêmeas para etapa seguinte, as Finais Classificatórias Regionais . Esta também selecionadam no máximo 4 machos e 4 fêmeas, sem reservas e desde que os animais atinjam 18 pontos pelos critérios de pontuação da ABCCC. Uma execeção é feita em relação a Classificatória de Montevidéo, no Uruguai, que seleciona somente dois machos duas fêmeas, fechando o número de animais que participaram da final de Esteio, em 30 machos e 30 fêmeas.

A grande final do Freio de Ouro é realizada em Esteio durante a Expointer, onde após dois dias de competições entre os melhores expoentes da raça, são conhecidos os campeões, macho e fêmea, que recebem a mais alta congratulação do meio crioulístico.

Ao longo de todo esse processo, praticamente um ano de competições selecionando os mais destacados exemplares para a Final, centenas de criadores e ginetes estão mobilizados, não só no Rio Grande do Sul, mas também no Paraná e São Paulo, onde são realizadas Finais Classificatórias e em Montevidéo, onde ocorre outra.
Este panorama dá uma idéia da dimensão que a raça alcançou, a sua organização de desenvolvimento.

LAPIDAÇÃO

As provas funcionais tiveram um poder de lapidação na morfologia da raça, declara o superitendente técnico Gilberto Loureiro de Souza. Ele diz que antes cada um buscava um tipo de cavalo que era uma orientação, um consenso de características que o Crioulo devia ter.
Porém foi depois do Freio, onde a análise morfológica é feita junto com as funcionais medindo o desempenho, que foi possível conhecer as verdadeiras características que devem ser comuns da raça.
"O crioulo deve ter o biotipo do cavalo de sela, abrigado dentro da sua tipicidade racial" destaca Loureiro de souza, complementando que a funcionalidade serve justamente para explicitar isto.
O General João Batista Figueiredo também foi entrevistado pela Horse Line a respeito da sua visita ao município de Jaguarão e a influência que o fato teve para a raça Crioula. Admirador de provas equestres de salto e adestramento e com raízes no campo, pois seu avô tinha estância no RS, ele lembrou com saudades aquele tempo.
"Adorei aquela festa gaúcha em 1980 e o que resultou daí porque com o cavalo Crioulo o gaúcho soube espalhar por praticamente todos os recantos do Brasil, uma cultura que era restrita ao Rio Grande do Sul.
De acordo com o general, o Crioulo é uma raça das que mais contribuiu na pecuária do Brasil devido as suas características de rusticidade e força. Ele aguenta 8 horas de trabalho direto no campo", salientou.
Apesar de considerá-lo baixo e pesado para a altura, Figueiredo experimentou um Crioulo em provas de salto e conta como foi. "Tive um cavalo Crioulo, o Bolicho, que ganhei quando estava na presidência e coloquei em provas de salto. Apesar de ter 1,48 metros de altura, o Bolicho saltava em provas de 1,50 metros. É que esta raça compensa o seu peso com uma força excepcional.
A amizade e a solidadade existente na família crioulista são fatores destacados pelo advogado Roberto Davis, da Cabanha Infinito, em São Sepé. Ele iniciou o seu criatório em 1992 e já ganhou uma Credenciadora em 94 e o sétimo lugar no FREIO DE OURO daquele ano com BT Debret - filho de Hornero - atribui ao incentivo, apoio e orientação que recebeu dos crioulistas, o bom desempenho que sua cabanha vem tendo.

Anteriormente sem vínculos com a vida campeira, Davis conta quesempre gostou de cavalos e ao ter uma oportunidade comprou a Cabanha Infinito, iniciando o seu criatório que conta atualmente com 91 animais entre machos e fêmeas.
Animadíssimo com a criação e as satisfações pessoais que está tendo nos finais de semana, onde o prazer de montar é compartilhado pela esposa e ostrês filhos, ele conta porque investiu nessa raça.

Eu conheci o cavalo Crioulo nas provas da Expointer e vi a identidade que ele tem com a América Latina e o Rio Grande do sul. A qualidade racial e a aptidão desse cavalo também são excepcionais, o que permite a competição com qualquer outra raça. Aí eu resolvi investir no que é nosso, mesmo porque nós temos aqui o maior banco genético do mundo no que diz respeito ao Crioulo".

A seleção criteriosa do cavalo Crioulo no RS, tanto no aspecto morfológico quanto funcional, desenvolveu, paralelamente a linhagem criada na Argentina, voltada principalmente ao aspecto morfológico e a chilena, mais preocupada com a função, uma linhagem brasileira. a opinião é do presidente da ABCCC , Paulo Móglia.

Segundo o dirigente, "temos hoje os melhores animais dentro da raça Crioula e pode-se dizer que já existe uma linhagem brasileira, aliando a morfologia argentina e a funcionalidade chilena".
Esta linhagem, diz Móglia, já é reconhecida pelos países vizinhos e deve-se as provas funcionais do FREIO DE OURO, responsáveis pelo grande desenvolvimento da raça em relação aos outros países.

Essa superioridade racial motivou um dos atuais objetivos da ABCCC, a expansão para outros tipos de provas onde o Crioulo se adapta muito bem, como cavalgadas e o enduro.
A Associação também está ampliando o seu atendimento aos associados, comenta o dirigente, auxiliando os novos criadores, dando assistência direta a todos e promovendo um intercâmbio entre os crioulistas tradicionais e os que estão entrando na raça.

Jaguarão - RS



O município é conhecido por suas belas portas conservadas e preservadas por seus habitantes.
Os exemplos de Arquitetura Eclética do centro da cidade datam de 1876 e de 1920, com frisos e marquises, e portas em estilo artesanal português.



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Cães boiadeiros

(filhotes da Milonga)
Cabanha La Madre investe numa raça de cães que acompanha o serviço campeiro e
possuem grande habilidade em conduzir o gado em silêncio, deitam-se no chão a fim de evitar que o gado saia da trilha desejada.
Bayla - 21 dias

AUSTRALIAN CATTLE DOG ou Blue Heeler

A principal característica dos Australian Cattle Dogs é sua versatilidade e inteligência, que o colocaram em 10º lugar no ranking de inteligência elaborado pelo pesquisado Stanley Coren em seu livro "A Inteligência dos Cães".

Sua inteligência inata e a grande facilidade em aprender rapidamente comandos complexos, fizeram com que a raça ganhasse destaque especialmente entre os fazendeiros que precisavam de cães altamente confiáveis no trabalho com os rebanhos. Mas além de serem excelentes em suas funções originais, os ACD destacam-se em várias outras atividades, como o Agility e as competições de obediência e Schutzhund, onde podem aproveitar todas as melhores qualidades da raça.

(Milonga)

Os ACDs se caracterizam por ser reservados com estranhos mas sem demonstrarem qualquer agressividade. Já com seus donos, são devotados ao extremo, a quem seguem como verdadeiras sombras. Como são cães bastante inteligentes e que freqüentemente precisam tomar ´suas próprias´ decisões na condução dos rebanhos, podem se tornar um tanto insubordinados se perceberem que seus donos não transmitem a liderança necessária. Característica básica em sua função original é trabalhar em silêncio.

Não são cães para um dono pouco experiente ou que proporcione pouca atividade física e mental a seus cães. Da mesma forma, não suportam bem a solidão ou a vida isolada de um quintal. Os ACD precisam de contato constante com a sua família e caso não possuam esta experiência, podem desenvolver problemas de comportamento.

Na atividade de pastoreio, são cães especialistas em gado, não sendo a raça mais adequada, por exemplo, para trabalhar com ovelhas, mas com o treinamento adequado, podem realizar o pastoreio sem problemas.

O relacionamento destes cães com crianças e outros animais é bastante bom, lembrando sempre que, por se tratarem de cães de pastoreio, a tendência é que eles encarem crianças e os demais animais como seres a serem pastoreados.

MOMENTOs do RS

JARDIM NATURAL


Albeni Carmo de Oliveira




Meu campo florido
Meu jardim natural,
Teu doce caudal
De rara beleza.
Me dá a certeza
De um mundo de paz,
E força tenaz
Da mãe natureza.

Meu campo florido
Meu jardim natural,
Onde a cada final
De um dia eu caminho.
E fico sozinho
Fito bosques e montes,
Buscando Horizontes
De amor e carinho.

Meu campo florido
Meu jardim natural,
Onde em tom fraternal
Vivem pássaros e gado.
De manhã orvalhado
Cheira rio e barranca,
E a geada tão branca
Te deixa queimado.

Meu campo florido
Meu jardim natural,
Este pobre mortal
Que canta em teu louvor.
Pede a Deus um favor
Quando a vida findar,
Em ti me enterrar
E renasça uma flor.


MÃE CRIOULA



Jayme Caetano Braun
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Mãe crioula do Rio Grande
Sacrossanta criatura,
Olho-d'água de ternura
Na velha várzea pampeana,
Não há rincão de alma humana,
Onde não se erga um altar
Somente pra te adorar
Como Deusa e soberana.

Mãe crioula do Rio Grande,
Legenda de mil amores,
Campo bordado de flores,
Delicadas, sem espinhos
Sombra amiga dos caminhos,
És o sagrado reduto
Onde o xiru, por mais bruto,
Aprende a beber carinhos!

Mãe do piazito dos ranchos
Ao desamparo da sorte
Desses que rolam sem norte
Pelos atalhos da vida;
Mãe que embala comovida
O amado filho campeiro,
Rezando à luz do candeeiro
Pra que ele cresça em seguida.

Mãe do gaudério sem lei
Que um dia se foi embora;
Mãe santa e buena que chora
Antes do filho partir;
Mãe que não sabe pedir
Por ter medo de magoar;
Mãe que de tanto chorar
Desaprendeu de sorrir.

Mãe do pobre peão de estância
Miserável dos galpões.
O paria das solidões
Maltrapilho, analfabeto;
Mãe que sob humilde teto
Pressente o trote do pingo,
Do filho que vem, domingo,
Trazer-lhe um pouco de afeto.

Mãe da chinoca inocente
Que enfrentando um mundo novo
Um dia caiu no povo
Pialada por sorte à-toa;
Mãe Divina, sempre boa,
Que lá ficaste sozinha
Rezando pela chininha,
Pois a mãe sempre perdoa.

Mãe dos tauras que morreram
Em peleias de outras eras;
Mãe que ao cruzar nas taperas
Sente que o peito se inflama,
Porque sofre o mesmo drama
Que alguma outra mãe sofreu
E recolhida ao seu eu
Em lágrimas se derrama.

Mãe que sofre ouvindo guacho
Rinchando, de tardezinha,
Como a chamar a mãezinha
Num triste e longo estribilho,
Por ver no pobre potrilho
O pesar grande e profundo
Do filho sem mãe no mundo
Que o possa tratar de filho.

Mãe gaúcha incomparável,
Rainha do Céu azul
Mãe do Rio Grande do Sul,
Mãe do centaura charrua,
Nem estrelas, nem a Lua,
Jamais te igualam no brilho
Quando a sentença - Meu filho
Entre teus lábios flutua.

Por isso é que, reverente,
Santa mãezinha querida,
Fonte de amor e de vida
Sacrificada aos deveres,
Sinto o maior dos prazeres
Ao beijar-te, Anjo Bendito,
Pois em ti eu beijo contrito
O mais sagrado dos seres!.

Morfologia


O cavalo é um animal onde se conjugam a estrutura e a função. Seu corpo é adaptado para a velocidade e para sua grande dimensão, e é esta combinação que nos ajuda a compreender a sua estrutura. Os seus membros são especializados, têm um número de dedos muito reduzido e são acompanhados pela perda dos músculos - os que permitem a outros animais agarrar objetos.
O cavalo apenas move os membros para frente e para trás, o que lhe dá excelentes meios de propulsão.
A força de que necessita é dada por músculos muito desenvolvidos, que estão ligados aos ossos das coxas, tronco e antebraços.
Cabeça

- Perfil retilíneo, curta, delineada, fronte larga e bem desenvolvida, orelhas curtas, bem inseridas, olhos proeminentes e com vivacidade.


Pescoço

- Bordo superior subconvexo, crinas grossas e abundantes, bordo inferior retilíneo, forte, musculoso e de comprimento mediano.


Linha superior

- Cernelha com destaque moderado, musculosa, dorso mediano, musculoso, lombo musculoso, unindo suavemente o dorso e a garupa, garupa moderadamente larga e comprida, levemente inclinada proporcionando boa descida muscular para os posteriores.


Tórax, ventre e flanco

- Peito amplo, largo, profundo, paletas com inclinação mediana, musculosas, costelas arqueadas e profundas, ventre com razoável volume, flanco curto, unindo harmonicamente o ventre ao posterior.


Membros anteriores e posteriores

- Braços e cotovelos musculosos, antebraços aprumados, joelhos fortes, canelas curtas, com tendões fortes e definidos, aprumadas, cascos de volume proporcional ao corpo, medianamente inclinados, quartos musculosos, com nádegas profundas, pernas moderadamente amplas, garrões fortes e secos.


Pelagens Básicas

Alazão, Baio, Branco, Cebruno, Colorado, Douradilho, Gateado, Mouro, Oveiro, Picaço, Preto, Rosilho, Tobiano, Tordilho e Zaino.


Pelagens compostas

Alazão chamalotado ou apatacado: quando tem manchas mais claras e arredondadas.
Alazão dourado: o típico com reflexos do ouro.
Alazão típico: o que tem a cor da brasa ou da cereja.
Alazão ruano: quando tem a cauda e crina claras.
Branco albino, melado ou rosado: quando há uma despigmentação congênita, inteira ou parcial, das pestanas e da íris. Sua pelagem tem reflexos rosados. É sensível ao sol.
Baio branco ou claro: é uma tonalidade de creme desmaiado.
Branco mosqueado:o que leva pelo corpo, em forma irregular, pontos pretos do tamanho de uma mosca.
Branco porcelana: o que tem manchas pretas, as quais, por transparência, por meio dos pêlos brancos, produzem reflexos azuis da porcelana.
Baio achamalotado ou apatacado: quando apresenta manchas redondas e mais claras do que o resto do corpo.
Baio amarelo: é como uma gema de ovo, quando estendida numa porcelana branca.
Baio encerado: quando tem a cor mais escura, parecendo-se com a cera virgem.
Baio cabos negros: quando tem as extremidades dos membros, da cauda e a crina escuras.
Baio cebruno: também escura, levando no corpo manchas mais escuras do que o baio encerado.
Baio dourado: quando tem reflexos do ouro.
Baio ovo de pato: quando tem uma cor amarelado creme. Sua crina, cauda e cascos também são cremes.
Baio ruano: é um baio com a cauda e crina claras.
Colorado típico: é avermellhado com o tom claro.
Colorado pinhão: tem a cor do pinhão.
Cebruno ou barroso: com a tonalidade mais escura do que a do baio cebruno, parecendo-se com a cor do elefante.
Douradilho: é um colorado desmaiado com reflexus dourados.
Douradilho pangaré: é o que tem o focinho, axilas e ventre mais claros.
Gateado típico: é um baio escuro acebrunado nas quatro patas e com uma linha escura, que vai da cernelha à garupa, com aproximadamente dois dedos de largura.
Gateado osco ou pardo: é mais escuro que o típico, assemelhando-se ao gato pardo.
Gateado pangaré: o que tem o focinho, as axilas e o ventre com a pelagem mais clara.
Gateado ruivo: o que tem a cauda e a crina aproximada a cor do fogo.
Lobuno claro: quando se parece com a plumagem de uma pomba.
Lobuno escuro: quando mais escuro do que o lobuno claro.
Zaino claro: da cor da castanha.
Zaino negro: como a castanha mais escura.
Preto típico: tem a tonalidade semelhante ao carvão.
Preto azeviche: preto vivo com reflexos brilhantres
Tordilho claro: quando tem predominância de pelos brancos.
Tordilho negro: predomina os pelos pretos. Com a idade vai se tornando claro.
Tordilho chamalotado ou apacatado: quando com manchas arredondadas mais claras.
Mouro negro: se parece com o tordilho negro, com tonalidade azulada.
Mouro claro: é um gris azulado.
Oveiro azulego: é um mouro claro com manchas brancas.
Oveiro bragado: quando em qualquer pelagem portam manchas isoladas no baixo ventre.
Oveiro chita: é overo com manchas brancas salpicadas num fundo rosilho.
Oveiro de índio: qualquer pelagem com manchas de tamanho médio.
Oveiro chita: é overo com manchas brancas salpicadas num fundo rosilho.
Rosilho abaiado: quando tem pelos amarelados entre o vermelho e o branco.
Rosilho claro ou prateado: quando predominam os pelos brancos sobre os vermelhos.
Rosilho colorado: quando predominam os pelos vermelhos sobre os brancos.
Rosilho gateado: é um gateado com pelos brancos.
Rosilho mouro: é uma mescla entre pelos vermelhos, brancos e pretos.
Rosilho overo: quando dentro da pelagem rosilha tem manchas brancas.
Rosilho tostado: quando tem pelos tostados em lugar dos vermelhos.
Tobiano baio: é um baio nas mesmas condições dos demais tobianos.
Tobiano colorado: é um colorado nas mesmas condições do tobiano negro.
Tobiano negro: é um preto com manchas brancas grandes divididas com o preto.
Tobiano gateado: é um gateado nas mesmas condições dos demais.
Zaino claro: da cor da castanha.
Zaino negro: como a castanha mais escura.
Também existem tobianos cebruno, alazão, douradilho, zaino, tordilho, etc.


Outros detalhes de pelagem

Entrepelado: o que tem uma mescla de pelagens diferentes, formando assim um total indefinido.
Pangaré: quando descolorido em algumas regiões do corpo, sobretudo nas partes inferiores, destacando-se nas axilias, focinho e ventre, seu descolorido se assemelha a cana da Índia.
Rabicano: quando nas caudas escuras tem pelos brancos na sua base.

Fonte: O Cavalo Crioulo: Seis Décadas de Experiência, de Dirceu dos Santos Pons
Livraria e Editora Agropecuária, 1993 e Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos - ABCCC

Cuide bem do seu cavalo


O cavalo sempre foi e sempre será o grande companheiro do homem, cabe a nós garantir a tão magnífica parceria homem/cavalo.
Para tanto precisamos ter conhecimento da espécie eqüina, respeito e saber “ler” as necessidades de cada animal.

“Cavalo... a magnitude desse animal cativou, atemorizou, exaltou o mundo.” frase citada por Rafael Nudelman que procura caracterizar o papel desempenhado pelos cavalos à humanidade. Na antiguidade o cavalo foi utilizado nas guerras, como animal de trabalho e tração. A partir do século XIX passou a ser posse da nobreza e extremamente exaltado. O cavalo foi e sempre será um animal de companhia para o homem, para tanto devemos conhecê-lo e saber tratá-lo da melhor forma possível para garantir sua sanidade e bem- estar.

Com a domesticação e a necessidade de animais cada vez mais resistentes e graciosos começaram os cruzamentos e com isso o surgimento das inúmeras raças que conhecemos hoje. Há exemplo, o cavalo Crioulo, cuja resistência, força e beleza conquistaram a admiração de todos nós. Mas não quer dizer que essa força torna o cavalo “objeto de tortura” ou até mesmo não merecedor de cuidados e bons tratos.

Apesar de não manifestar dor e desconforto tão facilmente como as outras raças, o cavalo Crioulo é muitas vezes super-exigido e sofre desgastes, desde a doma até o momento dos trabalhos a que se destina cada animal. Assim, princípios básicos como alimentação adequada, manejo correto, tratadores treinados e conscientes e, instalações bem estruturadas, conferem aos equinos uma boa qualidade de vida.

Todo proprietário/criador de cavalos deve atentar para as necessidades mais básicas em sua cabanha como fonte de água limpa e sempre a disposição, dieta balanceada, pastagens e boas instalações. Não esquecendo bons tratadores e domadores que não utilizem da violência para conseguir respostas de seus cavalos e que saibam perceber desde as menores alterações que cada animal venha a apresentar.

Como também as pessoas que montam esses animais que tenham a sensibilidade, de no momento das provas e cavalgadas, de respeitar os limites fisiológicos de seus cavalos. Sempre que possível faça seu cavalo sentir-se importante pra você, lhe dê afagos e recompensas. E, evidentemente, tenha um bom médico veterinário para fornecer assistência técnica especializada e garantir, assim, a sanidade aos seus animais.

Demonstrações de carinho e cumplicidade entre o homem e seu cavalo é o grande reconhecimento de uma grande parceria. Lamento ainda quando vejo animais abandonados e que passam por maus tratos, mas acredito no potencial do ser humano, em sua capacidade de demonstrar, embora, algumas vezes, somente frente a grandes cenas de crueldade e injustiça, afeto e consciência.

Não devemos desistir de tentar mostrar que os animais são seres que merecem respeito, atenção e cuidados assim como qualquer ser humano que, muitas vezes, não é merecedor de tais atos. Não nos cabe julgar, mas sim buscar a plenitude em atos que possam vir a “abrir olhos e corações” e dessa forma conquistar admiração dos demais.

“Chegará um dia em que o homem conhecerá o íntimo do animal, e nesse dia, todo crime contra um animal será um crime contra a humanidade” Leonardo Da Vinci.

Taísa Cristine Protti

Céu, Sol, Sul Terra E Cor


Eu quero andar nas coxilhas sentindo as flexilhas das ervas do chão

Ter os pés roseteados de campo ficar mais trigueiro que o sol de verão

Fazer versos cantando as belezas desta natureza sem par
E mostrar para quem quiser ver um lugar pra viver sem chorar

É o meu rio grande do sul
Céu, sol, sul, terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor

Eu quero me banhar nas fontes e olhar o horizonte com deus
E sentir que as cantigas nativas continuam vivas para os filhos meus

Ver os campos florindo e crianças sorrindo felizes a cantar
E mostrar para quem quiser ver um lugar pra viver sem chorar


É o meu rio grande do sul
Céu, sol, sul, terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor

Eu quero me banhar nas fontes e olhar o horizonte com Deus
E sentir que as cantigas nativas continuam vivas para os filhos meus

Ver os campos florindo e crianças sorrindo felizes a cantar
E mostrar para quem quiser ver um lugar pra viver sem chorar

É o meu rio grande do sul
Céu, sol, sul, terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
E o que mais floresce é o amor

Manejo Nutricional


Um bom manejo nutricional em uma cabanha é o primeiro passo para manter animais saudáveis e com bom desempenho em suas funções.
Para tanto, deve-se fornecer dietas adequadas para cada categoria animal e sempre pensar no alimento fornecido como um todo, a fim de evitar carências nutricionais ou até mesmo excessos.

Quando tratamos sobre a alimentação dos equinos surgem inúmeras teorias, práticas e experiências; mas devemos, necessariamente, pensar nas necessidades individuais de cada animal, de acordo com sua função e categoria.

Alguns proprietários de cavalos se utilizam da experiência de outros proprietários acreditando que se funcionou com os animais do outro poderá perfeitamente funcionar com os seus. Teoria absolutamente equivocada. Uma vez que, cada animal e cada propriedade têm suas particularidades e não necessariamente por que funcionou com os equinos da outra pessoa irá funcionar com os seus. Nessas situações é sempre de grande valia pedir auxílio a profissionais especializados que irão analisar as condições de sua propriedade e de seus animais indicando assim uma dieta adequada para cada caso.

De maneira geral, em se tratar das dietas dos equinos devemos pensar isoladamente em cada categoria (éguas prenhes, potros em crescimento, garanhões, etc.) e no alimento como um todo. Ou seja, nas necessidades nutricionais apresentadas por cada animal individualmente e se a alimentação contém todos os nutrientes essenciais para suprir as exigências orgânicas desses animais.

O primeiro passo é a escolha do capim que melhor se adapte a sua propriedade. Para tanto, análise de solo, clima e custo-benefício deve ser realizada. Lembrando que, muitas vezes, um capim ou feno de ótima qualidade é suficiente pra atender as necessidades de equinos em manutenção, valendo a pena investir nesse aspecto.

O segundo passo é estabelecer a dieta de acordo com a categoria e função do animal. Como exemplo, um eqüino de esporte, em que seu sistema muscular é extremamente exigido, ao contrário do que muita gente pensa, precisa de uma alimentação suplementada com maior teor energético do que protéico. Em cavalos atletas o teor de proteína total não deve ser superior a 14% na dieta.

As proteínas estão presentes em teor adequado em alimentações balanceadas. Quando se fornece um suplemento protéico por acreditar que irá melhorar o desempenho do animal nas provas, sem a prescrição de um especialista, se promove um desequilíbrio nutricional em que o organismo não conseguirá eliminar esse excesso, gerando alterações como hepatopatias, enterotoxemias, problemas renais, cólicas, entre outros.

Então, a preocupação deve estar em torno do teor energético da dieta. Suplementar as dietas com concentrados balanceados fazendo uso de rações industrializadas é uma excelente escolha. Uma vez que, a maioria das rações provenientes de fabricantes confiáveis contém teores adequados de energia para cada categoria animal desde que fornecidos em quantidade e freqüência corretas.

Portanto, proprietários e tratadores devem estar atentos à alimentação de seus cavalos sempre consultando técnicos especializados para evitar desequilíbrios nutricionais. Sempre lembrando que a nutrição é a base que, em conjunto com uma excelente genética, treinamento adequado, manejo e demais medidas preventivas, garante a sanidade, capacidade reprodutiva e altas performances de seus equinos.

...

É sabido que a grande maioria dos problemas de fertilidade está relacionada à má nutrição. As éguas vazias, éguas até o 8o mês de gestação e demais animais em manutenção devem ser alimentados com ração e pastagem de ótima qualidade, com baixo teor energético e suplementação mineral. As éguas que estiverem muito magras, logicamente, precisam de um pouco mais de energia para recuperar estado nesse período.

As éguas no terço final de gestação requerem mais nutrientes para adquirirem reservas energéticas e garantirem um potro saudável e com peso adequado (período da gestação em que o potro cresce 2/3 de seu tamanho). A título de informação, as éguas gestantes devem ganhar 13% do peso vivo durante toda a gestação sendo que, no terço final, 10% desse peso deve ser ganho. Porém, não devem ser superalimentadas para evitar acúmulos de gordura e, com isso, problemas como retenção de placenta, infecções uterinas, potros fracos, etc.

Éguas em lactação usam as reservas adquiridas durante a gestação nos primeiros três meses desse período. Por isso, a importância da alimentação diferenciada no terço final da gestação; essa evitará que a égua perca muito peso devido ao estresse do parto e a produção de leite. Logo, a dieta deve ser suplementada com concentrado e minerais para que essa égua mantenha sua produção de leite e sua capacidade reprodutiva e, dessa forma, possa assegurar uma nova gestação já no “cio- do- potro”.

Aos 04 - 06 meses o potro já se alimenta, a produção de leite da égua diminui e com isso as necessidades nutricionais se tornam menores, logo, poderá ser alimentada com menor teor de energia. Contudo, a suplementação não deve ser “cortada” totalmente porque a diminuição da produção de leite é fisiológica (diminui gradativamente) e não é a dieta por si só que atuará nesse processo.

Nos potros em crescimento sua dieta inicia-se já no terço final de gestação e segue até seu 06 - 18 meses de idade (período compreendido entre a desmama e a doma). A dieta para essa categoria exige um teor de proteína aumentando (17-18% de proteína total na dieta), necessita de gramíneas de ótima qualidade, suplementação com concentrado e sal mineral.

Existem variações individuais no que diz respeito ao desempenho, rendimento e crescimento do potro. Por isso, a subalimentação deve ser evitada. Sendo esta detectada precocemente, se torna possível a recuperação do potro, através de dietas diferenciadas, a ponto deste “alcançar” os demais.

Logicamente, evitar a superalimentação também, porque ao contrário do que se pensa, sendo superalimentado o potro não será maior ou melhor que os outros. Esse desenvolvimento depende, além da alimentação, de fatores genéticos e da raça do equino. A superalimentação poderá ocasionar as Doenças Ortopédicas do Desenvolvimento.

Já os garanhões necessitam praticamente dos mesmos tratos que os animais em manutenção. Com exceção dos períodos de maior exigência (períodos de monta). É preferível que os garanhões não estejam com sobrepeso, uma vez que este dificulta a monta deixando o animal ainda mais agitado, prejudica articulações e, ainda, o excesso de gordura diminui a fertilidade. É interessante nos períodos de monta suplementar os garanhões com Ácidos Graxos Essenciais, minerais e vitamina E.

Evidentemente, como em qualquer outra categoria, esses animais devem ter acesso a uma fonte de água potável e sempre á disposição.

Por fim, além da preocupação com a qualidade e quantidade da dieta a ser fornecida às diferentes categorias, é importante fornecer a alimentação fracionada (varias vezes ao dia). De preferência fornecer primeiramente o volumoso e, posteriormente, o concentrado. Esse manejo, além de ser o mais adequado para um melhor aproveitamento dos nutrientes, servirá como um entretenimento para os animais encocheirados, evitando assim os vícios de comportamento.

fonte: Taísa Cristine Protti

IMAGENS









Adair de Freitas
Tamanho da fonte
Quando refugo meu catre,
cedito, que ainda não é dia nem noite,
da porta do galpão encho minh'alma
na paz que me transmite a calma
da imensidão da pampa.
Do olhar do guacho que levanta, espreguiçando,
da faceirice do meu cusco, abanando a cola.
Do canto do galo, primeiro a ver a aurora, repechando
as últimas dobras da coxilha, onde se acampa.

Esta semana me toca a recolher.
Total é a vida campesina do peão.
Prender o fogo no galpão,
arrimar cambonas para o mate,
enfrenar o sogueiro e trazer pra mangueira,
a muda de pingos iguais de pêlo e marca.
Pois não tarda o alvoroço da peonada buena
pra mais um dia de trabalho assinalar em sua tarca
de vida e lida nas estâncias da fronteira.

Buenos dias, meus senhores!
Buenos dias, respondem os da mateada, ao que chegou!
Mateiam e o ronco da cuia
é o único som que desperta o xirú
do fascínio que provocam as labaredas,
repontando o pensamento a corredores longos
onde uma ponta de saudade vai tranqueando solta,
rumo à querência de um querer que aos tombos
vai se domando nesta ausência tão alpeda.
Uma costela gorda, uma paleta
respingando graxa no brasedo.
Consumo escolhido a dedo, no rebanho do patrão.
Esperam campeiros que encilham seus ruanos.
A manhã se torna grande para quem madruga
e o índio precisa estar bem puchereado,
pois mete os encontros e nunca refuga
e a carne da ovelha reforça o tutano.

Num de repente chega o capataz
e cumprimenta, dizendo: - Vamo pegá moçada!
E como é lindo ouvir e nos agrada
o ruído dos tiradores, o tilintar de esporas
rumo aos fletes que relincham.
Eles sabem, companheiros do homem da campanha
que chegou em que a faina recomeça
e se domados foram, perderam as manhas.
Trabalham mano a mano e nunca se queixam.

E lá vão eles, cavalos e homens.
Campeiros, tranqueando, trocando orelhas, proseando.
Assim cruzam o potreiro, pacholeando, rumo ao posto
Há muito o que fazer, estância grande e bem povoada.
Gado de cria, novilhada gorda, bois de tropa.
Rebanhos de velhas, branqueando o verde pasto.
Manada de crioulos que seguindo o garanhão, galopa
num tropel surdo, bem pra o fundo da invernada.

E quando voltam, homens e cavalos,
cansados, latem os cachorros festejando a volta.
As garras encilham velhos cavaletes
e os fletes, lombo lavado, se vão ao potreiro
e junto a peonada pra o bando de sanga.
O caseiro já tem as cambonas chiando,
pois sabe que a lida do peão não é a changa
e o mate é o que mata o torpor do campeiro.

Ah! Essas imagens da campanha,
puras, naturais, tão expressivas em sua singelez
nos fazem transbordar a alma de esperança
num tempo novo, para as novas gerações.
No claro alvorecer dessas querências
que há de fazer este Rio Grande, mais Rio Grande
e colocar à luz do sol, nossas consciências
e a igualdade em nossos corações.

10 IDÉIAS PARA FERRADURAS USADAS

Reciclar, utilizar materiais usados é uma prática comum em centros eqüestres. A você que está começando agora, aqui vão 10 idéias para o aproveitamento das ferraduras retiradas de seus cavalos:

• Limpadores de casco - peça a seu ferrador que fabrique a partir de ferraduras usadas, colocando-as na forja e modelando no formato de limpadores;

• Ganchos para cabeçadas – o mesmo ferrador pode entortar as ferraduras usadas transformando-as em ganchos para sua selaria;

• Cabides de agasalhos – para ficar na secretaria ou nos locais de convívio das pessoas do seu local;

• Tirador de botas – através da solda das ferraduras consegue-se modelar tiradores de botas. Seu ferrador, se experiente em forja, com certeza conseguirá fazer.

• Enfeites de piso – enfeite o piso do escritório, da lanchonete assentando ferraduras e até formando palavras com elas no chão.

• Tiradores de barro – fazendo uma moldura de ferraduras, e depois soldando ferraduras esticadas na forja você tem um ótimo raspado de barro que fica na sola dos sapatos das pessoas. Você pode colocar este raspador na porta do escritório, na entrada da lanchonete e em locais onde o as pessoas circulam;

• Portão – novamente soldando, desta vez com um serralheiro experiente, você pode montar um portão inteiro de ferraduras, partindo de uma armação de ferro que sustente as ferraduras soldadas;

• Pé de mesinhas e apoios para caixas – as ferraduras servirão como nos pés dos cavalos – apoiando pequenas caixas de escova ou até mesinhas;

• Ganchos para selas em provas – com uma corda de feno e uma ferradura se tem um ótimo ganho de sela, onde você enrosca a sela pela corda e prende pela ferradura na própria corda.

• Peso de mesa – limpando, lustrando e mantendo a ferradura lustrada você tem um excelente peso para guardanapos, papeis e afins.

Estas são pequenas e simples idéias que podem ser criadas a partir de ferraduras usadas. Assim como com as ferraduras, você pode criar materiais a partir de outras fontes como crinas, pedaços de couro, bridões e freios!



Aluisio Marins

SOU TERRA DO RIO GRANDE




Adão Carrazzoni de Jesus
T
Um soneto que enaltece a minha terra,
Que cante seus heróis, suas belezas,
Descrevendo coxilhas e canhadas,
Rio, matas, furnas, profundezas.

Está fora por certo, do meu pulso,
Longe estará também, da minha mente,
Que sonha e vê o futuro do Rio Grande,
Mas não sabe descrever tudo o que sente!

O Rio Grande está em mim, eu sou a terra
Que o lavrador arou sobre as coxilhas,
Que é pó dourado no céu do meu rincão!

Quero morrer ao cantar do quero-quero,
Ouvindo o mugir do gado nas flexilhas
Na terra cujo mapa é um coração...

Origens da Raça

O Cavalo Crioulo originou-se das raças ibéricas – andaluz e lusitano – que, na época da colonização, foram trazidas pelos portugueses e espanhóis, tendo se espalhando principalmente pelos pampas sul-americanos, inclusive Argentina, Brasil, Paraguai, Chile e Uruguai.

Em 1493, cavalos espanhóis pisaram pela primeira vez nas Américas, na ilha La Española - hoje São Domingos. Em 1535, Dom Pedro de Mendoza já trouxe cavalos. Em 1538, Dom Alonso Luis de Lugo trouxe da Espanha 200 cavalos e Dom Hernando de Soto trouxe mais 100 cavalos. Em 1541, Dom Alvar Núñez Cabeza de Vaca trouxe mais cavalos diretamente da Espanha para o sul da América.

Os cavalos que suportaram a travessia do Oceano Atlântico, nas condições precárias daquela época, eram muito resistentes e logo se adaptaram às novas condições de clima e alimentação, reproduzindo-se mais e mais. Com os anos, esses sobreviventes da seleção natural feita pelas condições inóspitas do meio, reproduziram-se tanto, que superaram as necessidades e possibilidades dos primeiros colonizadores, que já não podiam manter todos sob controle. Isso aconteceu tanto no norte, quanto no sul das Américas.
Assim, os rebanhos primitivos de cavalos se dispersaram das missões, fazendas ou “ranchos” atacados pelos índios, esqueceram a domesticação e formaram enormes rebanhos selvagens, que no México foram chamados de “mesteños” e nos Estados Unidos de "mustangs". No caribe e na América Central foram chamados de "cimarrones". No Rio da Prata os designaram como "baguales". Dos originais “ginetes” andaluzes, possivelmente muitos morreram durante as conquistas, mas outros, sem dúvida, se reproduziram e seus descendentes, aclimatados pelo meio americano durante muitas gerações, forjaram essas populações crioulas, constituídas pelo “pequeno grande cavalo da América”, como acertadamente batizou Guilherme Echenique.
Esses animais que se tornaram selvagens desenvolveram características como força, rusticidade e adaptação ao meio. Eram animais de estrutura excepcional com funcionalidade e morfologia superiores.

Os cavalos crioulos, antes mesmo de serem registrados como raça, foram companheiros inseparáveis dos pioneiros que colonizaram o Sul do país, sendo, por muito tempo, o único meio de transporte, tanto dos fazendeiros quanto das tropas que fizeram revoluções e defenderam as fronteiras no sul do Brasil.

fonte: portal crioulos

A importância do correto Casqueamento em Equinos


A qualidade do casco está relacionada diretamente com quatro fatores que são a hereditariedade, nutrição, ambiente e casqueamento. É de extrema importância o acompanhamento do desenvolvimento do casco desde o primeiro mês de vida do eqüino. O correto manejo associado ao trabalho de um bom profissional que realize um correto casqueamento e ferrageamento respeitando as características da raça e a função do animal pode determinar o tempo de vida útil de um cavalo atleta.

O desequilíbrio dos cascos é um importante causador de claudicação em cavalos atletas, principalmente nos membros anteriores.
O casqueamento consiste na aparação dos cascos, restabelecendo o equilíbrio das estruturas que compõe a pata do cavalo. Uma vez casqueado e ferrageado corretamente o cavalo irá melhor seu desempenho.

O casqueamento também funciona como um método barato na prevenção de doenças musculoesqueléticas que geralmente acometem os cavalos submetidos a provas e trabalhos exaustivos. O ferrageamento é utilizado como método complementar na proteção dos cascos e em casos específicos na correção da andadura.


As causas mais comuns de claudicação em eqüinos estão relacionadas com alterações que envolvem principalmente os cascos dos membros anteriores. O casqueamento e o ferrageamento agem sobre o casco e membro proximal, influenciando a distribuição do peso sobre o membro, assim como as forças aplicadas sobre os ligamentos e tendões.

Cascos fracos geralmente se apresentam com rachaduras, quebradiços e com inabilidade para reter ferraduras. Desta forma podemos perceber que a nutrição animal também é um fator determinante na saúde dos cascos, pois deficiências nutricionais influenciam a taxa de crescimento e a resistência dos cascos.

A função do casco é amortecer e igualar as forças que ocorrem entre o casco e o solo. Quando essas forças não forem uniformes o suprimento sangüíneo estará comprometido e um remodelamento da falange distal acontecerá, bem como uma distorção na simetria do casco. Acredita-se que o casco cresce simetricamente quando o peso é distribuído igualmente sobre o membro.

Quando mantidos em baias, os cavalos passam a exigir cuidados especiais, principalmente relacionados aos cascos, pois a sujeira que se acumula nas baias, além da umidade excessiva são os maiores inimigos dos cascos. As afecções da ranilha são mais frequente quando ela fica em contato prolongado com a umidade, produtos químicos e ação de bactérias e fungos. Por isso recomenda-se a limpeza e inspeção dos cascos a cada dois dias.

Nem sempre os animais possuem uma conformação perfeita e desenvolvem problemas de aprumos que com o tempo podem se agravar. Por isso é necessário escolher bem o ferrador, pois este terá influência direta sobre o desempenho do cavalo.

Os cascos devem ser casqueados regularmente e quando ferrados deve-se respeitar o período de crescimento do mesmo sendo necessária a troca das ferraduras a cada quatro ou cinco semanas de acordo com a necessidade. Com o comprimento excessivo do casco a ferradura fica deslocada cranialmente sem proporcionar um suporte adequado dos talões o que além de predispor a contração dos talões, diminui a capacidade de absorção do impacto.

A má distribuição da força de impacto com o solo e o aumento da carga sobre um dos talões pode predispor o casco à dor, hematomas subsolares, rachaduras nos quartos e talões, fraturas de casco, osteíte podal, fissuras na base da ranilha e infecções. O Casqueamento é uma maneira de prevenir o aparecimento dessas lesões.

As correções devem ser feitas na pinças, assim mudando a ponta de quebra, sem mudar o apoio dos talões. Ao mudar a direção do ponto de quebra, é possível mudar a direção do crescimento.

A escolha da ferradura adequada é essencial para acomodar as diferenças de trabalho, piso e clima a que são submetidos os cavalos atletas. O ferrageamento corretivo é usado na administração de deformidades de membros anteriores e posteriores distribuindo o peso e melhorando a movimentação do animal e consequentemente aumentando seu desempenho.

fonte: Saline Santos dos Santos

REZA FORTE




Aecio Kauffmann

Reza forte a de ocês,
que implicou melhora e sorte.....
Minha prenda ,outra vez
tá em casa...E olha o porte!!!!!

Se desmanivrou dos home.
Se saiu com galhardia.
Tirou dez em cada exame.
Tá de novo uma guria.

Na verdade eu exagero
ao falar do seu estado,
mas Norah, p’ra ser sincero,
já driblou o mau-olhado.

Volta as lides como antes
a comandar, lá da cama,
todo o mundo...Té os distantes.
Só dos netos não reclama.

Tá com a voz ainda triste.
Ainda um pouco ofegante.
Tá comendo poco alpiste.,
mas tá linda e elegante.

Acho que ela recupera
todo ardor esfusiante,
já que nela não se altera
o tom doce e cativante.

Enfim nós agradecemos
o interesse do conjunto
e a fé que todos nos temos
a rezar e a rezar juntos.

Rezo eu, reza quem pode
que o rezar é um forte rito.
que de nós, assim,sacode
o mal que se estava inscrito.

Na verdade, tá novinha.
Ta brilhando feito folha
de parreira que à vinha
guarda a uva e dá escolha

as mãos que colhem os cachos
que se transformam nos vinhos
das damas e cá dos machos
que os sorvem com seus vizinhos..

E a la grá cria tchê ! Xo brega !
É faca... É faca na bota!
Guria que não se entrega.
Se quebra, mas não se entorta.

É isto ai minha gente
les agradeço no mas
aos que, como eu,menos crente
e aos que acreditam mais.

Les agradeço,repito
E a voz vem do fundo d’alma.
De obrigado é o meu grito
que “de inojos” vai as palmas.

E há um tisco de egoismo
na minha felicidade,
pois le invejo o estoicismo,
que le acompanha na idade,

pois,de alma franca e faceira
se veio assim pela vida,
e sendo sempre a primeira
a me lembrar que na lida

não me bastasse co’o empate.
Que me preferia morto
do que buscando arremates
em troca de algum conforto.

Le devo tudo o que sou.
Le devo tudo o que tenho.
E se não sei pr’onde vou
nunca esqueci d’onde venho

O MANEJO DA RAÇÃO

Animais de competição, esporte, lazer, passeio, ou que necessitem de uma complementação em suas dietas, seguramente comem a chamada ração, tecnicamente chamada de concentrado. Os concentrados são misturas feitas a partir de matérias primas que são fontes das diversas partículas de alimentos e suplementos alimentares que os cavalos necessitam para desenvolverem atividades de mais esforço ou intensidade. Genericamente falando, os concentrados vieram para complementar o que os cavalos já tinham de alimentação natural – o capim – aumentando, assim, a quantidade de energia, proteína, minerais, etc necessários para o bom desempenho destes. Como exemplo simples, temos o milho encontrado na ração do seu cavalo. Este milho é uma das fontes de energia disponibilizados nos concentrados industrializados, que são hoje os mais comuns do mercado. Sem entrar no quesito marcas, temos no mercado hoje diversas opções de ração para os cavalos. Em uma pesquisa feita por uma destas industrias, grande parte dos problemas de saúde como cólicas e outros, quando reclamados pelos clientes como sendo a ração a fonte do problema, e uma averiguação por parte da fabrica, constatou-se que estes problemas são causados pelo mau armazenamento desta ração. Sacos embolorados, com fezes de ratos, sacos molhados, velhos e outros fatores foram constatados.



Algumas dicas para um bom armazenamento e manutenção de sua ração:



* Compre ração para no máximo 30 dias, se você tiver uma boa condição de armazenamento. Senão, compre sempre a cada 15 dias;

* Os sacos devem ficar longe do chão, em estrados, longe das paredes e longe do teto do quartinho;

* Não misture a sacaria de ração com sacos de adubo, sacos de venenos, etc.;

* Venenos de ratos devem ser colocados ao redor do quartinho. Evite colocar dentro do mesmo quartinho;

* Abra 1 saco por vez, acabe com este saco e abra outro;

* Não deixe ração no carrinho após o trato dos cavalos. Volte-a para o saco;

* Cuidado com os silos ou tonéis de armazenamento. As rações muito meladas podem embolorar com o tempo caso fiquem dentro por muito tempo;

* Cuide das goteiras do quartinho como cuida das goteiras de sua casa...



fonte: Aluisio Marins

Pedras Altas - RS






O que é um cavalo Crioulo?

O cavalo crioulo é o que sofreu uma seleção natural da natureza. Carrega consigo uma carga maior de rusticidade em comparação aos outros. Por ser mais forte, é mais difícil de adquirir alguma doença.


Nesse sentido, é um animal mais adaptado aos serviços nas estâncias, principalmente trabalhando com os gados, percorrendo longos caminhos e se alimentando de pasto.

Entretanto, como explica Marcelo Montano Coelho, médico veterinário, inspetor técnico da ABCC – Associação Brasileira de Cavalos Crioulos e jurado da Lista 1 da prova de Freio de Ouro, isso foi em decorrência do seu biotipo.

“Devido ao biotipo morfológico da raça do animal, ele foi se tornando um cavalo atleta e sendo utilizado em provas como o Freio de Ouro, Paleteadas, Tiros de laço, Enduros e Campereada”, afirma Marcelo.

Ele explica também que outro motivo pelo qual a raça crioula tem sido usada nas provas, seria devido a sua estatura. “Este tipo de cavalo possui estatura média e é muito ágil. Foi selecionado geneticamente para ser um cavalo vaqueiro”, conta Marcelo.

Como todas as provas com cavalo crioulo são feitas com gado, o crioulo saberia lidar com isso melhor que outras raças por causa da sua seleção genética e de seu biotipo.

Para os cavalos de prova, os cuidados necessários seriam em relação à alimentação. “Precisaria de rações balanceadas com um nível energético maior, controlar os parasitas internos e externos, além de cuidar dos aprumos, como fazer casqueamento e ferrageamento”, lembra Marcelo.

Para que nenhum parasita se fixe no cavalo, é necessário fazer exames para um maior controle do animal, como fazer exames para nutaliose, que é um protozoário transmitido pelo carrapato.

Caso isso não adiante e o cavalo se infeccione, Marcelo aconselha que seja chamado um veterinário imediatamente. Afinal, é preciso cuidar muito deste animal, pois ele retribuirá com um ótimo desempenho físico, além de muita beleza, que só os crioulos possuem.


Fonte:Inema