Manejo Nutricional


Um bom manejo nutricional em uma cabanha é o primeiro passo para manter animais saudáveis e com bom desempenho em suas funções.
Para tanto, deve-se fornecer dietas adequadas para cada categoria animal e sempre pensar no alimento fornecido como um todo, a fim de evitar carências nutricionais ou até mesmo excessos.

Quando tratamos sobre a alimentação dos equinos surgem inúmeras teorias, práticas e experiências; mas devemos, necessariamente, pensar nas necessidades individuais de cada animal, de acordo com sua função e categoria.

Alguns proprietários de cavalos se utilizam da experiência de outros proprietários acreditando que se funcionou com os animais do outro poderá perfeitamente funcionar com os seus. Teoria absolutamente equivocada. Uma vez que, cada animal e cada propriedade têm suas particularidades e não necessariamente por que funcionou com os equinos da outra pessoa irá funcionar com os seus. Nessas situações é sempre de grande valia pedir auxílio a profissionais especializados que irão analisar as condições de sua propriedade e de seus animais indicando assim uma dieta adequada para cada caso.

De maneira geral, em se tratar das dietas dos equinos devemos pensar isoladamente em cada categoria (éguas prenhes, potros em crescimento, garanhões, etc.) e no alimento como um todo. Ou seja, nas necessidades nutricionais apresentadas por cada animal individualmente e se a alimentação contém todos os nutrientes essenciais para suprir as exigências orgânicas desses animais.

O primeiro passo é a escolha do capim que melhor se adapte a sua propriedade. Para tanto, análise de solo, clima e custo-benefício deve ser realizada. Lembrando que, muitas vezes, um capim ou feno de ótima qualidade é suficiente pra atender as necessidades de equinos em manutenção, valendo a pena investir nesse aspecto.

O segundo passo é estabelecer a dieta de acordo com a categoria e função do animal. Como exemplo, um eqüino de esporte, em que seu sistema muscular é extremamente exigido, ao contrário do que muita gente pensa, precisa de uma alimentação suplementada com maior teor energético do que protéico. Em cavalos atletas o teor de proteína total não deve ser superior a 14% na dieta.

As proteínas estão presentes em teor adequado em alimentações balanceadas. Quando se fornece um suplemento protéico por acreditar que irá melhorar o desempenho do animal nas provas, sem a prescrição de um especialista, se promove um desequilíbrio nutricional em que o organismo não conseguirá eliminar esse excesso, gerando alterações como hepatopatias, enterotoxemias, problemas renais, cólicas, entre outros.

Então, a preocupação deve estar em torno do teor energético da dieta. Suplementar as dietas com concentrados balanceados fazendo uso de rações industrializadas é uma excelente escolha. Uma vez que, a maioria das rações provenientes de fabricantes confiáveis contém teores adequados de energia para cada categoria animal desde que fornecidos em quantidade e freqüência corretas.

Portanto, proprietários e tratadores devem estar atentos à alimentação de seus cavalos sempre consultando técnicos especializados para evitar desequilíbrios nutricionais. Sempre lembrando que a nutrição é a base que, em conjunto com uma excelente genética, treinamento adequado, manejo e demais medidas preventivas, garante a sanidade, capacidade reprodutiva e altas performances de seus equinos.

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É sabido que a grande maioria dos problemas de fertilidade está relacionada à má nutrição. As éguas vazias, éguas até o 8o mês de gestação e demais animais em manutenção devem ser alimentados com ração e pastagem de ótima qualidade, com baixo teor energético e suplementação mineral. As éguas que estiverem muito magras, logicamente, precisam de um pouco mais de energia para recuperar estado nesse período.

As éguas no terço final de gestação requerem mais nutrientes para adquirirem reservas energéticas e garantirem um potro saudável e com peso adequado (período da gestação em que o potro cresce 2/3 de seu tamanho). A título de informação, as éguas gestantes devem ganhar 13% do peso vivo durante toda a gestação sendo que, no terço final, 10% desse peso deve ser ganho. Porém, não devem ser superalimentadas para evitar acúmulos de gordura e, com isso, problemas como retenção de placenta, infecções uterinas, potros fracos, etc.

Éguas em lactação usam as reservas adquiridas durante a gestação nos primeiros três meses desse período. Por isso, a importância da alimentação diferenciada no terço final da gestação; essa evitará que a égua perca muito peso devido ao estresse do parto e a produção de leite. Logo, a dieta deve ser suplementada com concentrado e minerais para que essa égua mantenha sua produção de leite e sua capacidade reprodutiva e, dessa forma, possa assegurar uma nova gestação já no “cio- do- potro”.

Aos 04 - 06 meses o potro já se alimenta, a produção de leite da égua diminui e com isso as necessidades nutricionais se tornam menores, logo, poderá ser alimentada com menor teor de energia. Contudo, a suplementação não deve ser “cortada” totalmente porque a diminuição da produção de leite é fisiológica (diminui gradativamente) e não é a dieta por si só que atuará nesse processo.

Nos potros em crescimento sua dieta inicia-se já no terço final de gestação e segue até seu 06 - 18 meses de idade (período compreendido entre a desmama e a doma). A dieta para essa categoria exige um teor de proteína aumentando (17-18% de proteína total na dieta), necessita de gramíneas de ótima qualidade, suplementação com concentrado e sal mineral.

Existem variações individuais no que diz respeito ao desempenho, rendimento e crescimento do potro. Por isso, a subalimentação deve ser evitada. Sendo esta detectada precocemente, se torna possível a recuperação do potro, através de dietas diferenciadas, a ponto deste “alcançar” os demais.

Logicamente, evitar a superalimentação também, porque ao contrário do que se pensa, sendo superalimentado o potro não será maior ou melhor que os outros. Esse desenvolvimento depende, além da alimentação, de fatores genéticos e da raça do equino. A superalimentação poderá ocasionar as Doenças Ortopédicas do Desenvolvimento.

Já os garanhões necessitam praticamente dos mesmos tratos que os animais em manutenção. Com exceção dos períodos de maior exigência (períodos de monta). É preferível que os garanhões não estejam com sobrepeso, uma vez que este dificulta a monta deixando o animal ainda mais agitado, prejudica articulações e, ainda, o excesso de gordura diminui a fertilidade. É interessante nos períodos de monta suplementar os garanhões com Ácidos Graxos Essenciais, minerais e vitamina E.

Evidentemente, como em qualquer outra categoria, esses animais devem ter acesso a uma fonte de água potável e sempre á disposição.

Por fim, além da preocupação com a qualidade e quantidade da dieta a ser fornecida às diferentes categorias, é importante fornecer a alimentação fracionada (varias vezes ao dia). De preferência fornecer primeiramente o volumoso e, posteriormente, o concentrado. Esse manejo, além de ser o mais adequado para um melhor aproveitamento dos nutrientes, servirá como um entretenimento para os animais encocheirados, evitando assim os vícios de comportamento.

fonte: Taísa Cristine Protti

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