Eles adicionaram impulsão, agilidade, eqüilíbrio e velocidade ao cavalo crioulo criado no Brasil. Agregaram qualidade às mais tradicionais e experientes cabanhas gaúchas e hoje são fundamentais na valorização de um bom animal. Há quem diga que quem quer concorrer em provas como o Freio de Ouro com animais sem descendência chilena tem remotas chances de vencer. Os dados reforçam essa teoria: mais de 50% dos finalistas do Freio têm sangue do Chile.
- Tivemos sorte porque os primeiros exemplares chilenos que chegaram aqui eram extremamente melhoradores: modificaram e modernizaram a morfologia do cavalo brasileiro - explicou o proprietário da Cabanha Os Charruas, João Rouget Peres Wrege.
A SAGA DO SANGUE CHILENO
Em 1972 seu Luiz Martins Bastos teve uma atitude pioneira ao trazer o inesquecível La Invernada Aniversário para o país! Começava aí a história do cavalo chileno de origem em terras brasileiras.
Depois, durante uns sete anos, as portas do Chile ficaram fechadas para o mercado brasileiro. O problema foi resolvido em equipe: em 1978 o criador chileno Gonzalo Vial, do premiadíssimo criadero Las Callanas, convidou um grupo de brasileiros para ir até o Chile conhecer o trabalho de seleção que desenvolvia por lá. Nessa ocasião, Vial presenteou os amigos com o macho Las Callanas Bailongo. Surgiu o impasse: como trazer o presente para o Brasil?
- O Chile estava com problemas com a Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos e o Vial propôs gestionar junto às autoridades do Chile para solucionar a questão. A partir daí se desenrolou a reabertura do mercado - lembrou Wrege.
A parceria de Wrege e Vial também deu origem à maior oferta de ventres importados do Chile no Brasil: o Leilão Genética de Campeões abriu um espaço comercial importante para suprir as necessidades do cenário crioulista nacional.
O CAVALO BRASILEIRO
É inegável que as linhagens chilenas se consagraram graças aos benefícios que trouxeram à nossa criação, mas é mesmo a mescla dos sangues que faz o nosso cavalo crioulo ser tão versátil.
Palavras de quem conhece:
- O nosso cavalo ele é todo mediano, sem nenhum extremismo... tanto é que só um animal chileno puro ganhou o Freio. É a combinação dos sangues que faz o nosso cavalo: ele é mediano no tamanho, tem um pouco do brasileiro, do chileno, do argentino e essa mescla transformou nossos animais nos melhores da América - disse o leiloeiro Fábio Crespo.
João Rouget Wrege concorda:
- A partir dos cruzamentos com sangues chilenos, rio grandenses, argentinos e uruguaios que já tínhamos aqui, conseguimos cavalos de troncos alongados, de musculatura mais definida, de pescoços leves, de quartos profundos, de garupas alongadas e com um excelente temperamento: manso e calmo, porém ágil e veloz.
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