O cavalo da raça crioula

A ABCCC conta a história deste cavalo dos pampas.

O Crioulo, conhecido como o "Pequeno Grande Cavalo das Américas", descende dos cavalos Andaluzes e Lusitanos que foram trazidos para a América pelos colonizadores no século XVI. Estes animais tinham sangue dos cavalos berberes, vindos do norte da África pelos muçulmanos (mouros) que dominaram a Península Ibérica por oito séculos. O criador e historiador da raça, Floriano Aguilar Chagas, revela que descendentes desses cavalos são os atuais Mustangs dos Estados Unidos, o Mesteño, do México, o Paso Fino, do Peru, o Morochuca, da Bolívia e o Crioulo, criado no Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile e Brasil.Ainda na primeira metade do Século XVI, foram espalhados cavalos ibéricos pela Costa Atlântica da América do Sul. Eram fundamentais como único meio de transporte terrestre, para as guerras e para os serviços nas estâncias, relata Floriano. Segundo ele, espalharam-se cavalos mansos por todos os quadrantes do Continente e, passados os anos, as tropilhas de cavalos domesticados aumentaram. Alguns foram abandonados e muitos fugiram e se dispersaram e, em liberdade, se multiplicaram. Conforme estudo de Floriano, a sua maior proliferação foi nas imensas e férteis planícies do Cone Sul do Continente Americano, onde formaram imensos rebanhos selvagens. Muitos desses cavalos selvagens foram cair nas mãos dos indígenas, que se tornaram exímios cavaleiros e nas suas andanças espalharam e mesclaram essas cavalhadas. E assim formou-se a raça Crioula que, em conseqüência das condições de sua própria formação, pela seleção natural, com o aperfeiçoamento fisiológico e sobrevivência dos mais aptos, tem características muito especiais.O superintendente do Serviço de Registro Genealógico da ABCCC, veterinário Gilberto Loureiro de Souza, explica que esta seleção natural fixou no cavalo Crioulo a condição de suportar tanto as altas como as baixas temperaturas, viver, procriar e ter longevidade, alicerçado somente nas condições ambientais. Segundo ele, estes aspectos de enorme importância, tornam o cavalo Crioulo inigualável.Já no início do Século XX, grupos de criadores, adeptos da seleção do cavalo Crioulo, organizaram-se no sentido de criar e ordenar parâmetros seletivos para a formação de uma "base" de animais, ou seja, o embrião do standard racial. Após estes primeiros passos, formaram-se comissões para eleger os animais aptos a pertencer ao grupo base, relata Loureiro de Souza. Estas comissões se deslocaram por diversas regiões do Estado gaúcho, onde havia populações expressivas de cavalos.Este grupo de homens, do cavalo, 22 agropecuaristas gaúchos, resolveram fundar a Associação de Criadores de Cavalos Crioulos, o que ocorreu em 28 de fevereiro de 1932, em Bagé, RS. Posteriormente, a entidade passou a se denominar Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), e ganhou sede definitiva em Pelotas, RS. No dia 4 de outubro de 2000, pela primeira vez, em quase 70 anos, uma mulher assumiu a presidência da entidade, Elisabeth Amaral Lemos.





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